segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

25 anos sem Chico Mendes, seringueiro que lutou pela Amazônia e seus habitantes

Chico Mendes foi seringueiro, sindicalista e ativista ambiental
Seringueiros, indígenas, castanheiros, pequenos pescadores e populações ribeirinhas, nunca foram esquecidos por Chico Mendes.


No dia 22 de dezembro completou 25 anos que o mundo perdeu um líder. O seringueiro, sindicalista e ativista ambiental brasileiro obteve fama internacional por conta do ativismo e de sua luta pelos seringueiros nesta região da Amazônia.
Há exatos 25 anos, em uma pacata cidade, morria aquele que era conhecido internacionalmente pelo que fazia. Por conta disto, diversas ações foram realizadas para que o nome de Chico Mendes seja lembrado. Sem dúvida, uma das mais relevantes é uma publicação sobre sua história no site History Channel.
Na publicação, há relatos impressionantes sobre a vida do líder: “Seringueiro desde criança, Chico Mendes só aprendeu a ler aos 20 anos, por conta da falta de escolas na floresta”, diz o site.
Já por volta de 1975, ele iniciou sua carreira como líder sindical, assumindo o cargo de secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia. No próximo ano, começou sua luta pacífica para impedir o desmatamento da floresta.
“Ele também organizava ações em defesa da posse da terra pelos habitantes nativos. Depois, Chico Mendes ocupou diferentes cargos na área sindical e foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores”, relata a publicação.
A criação do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS) em 1985 e a luta pela preservação da floresta e do modo de vida dos seringueiros e moradores se tornaram pilares na história de Chico.
Seringueiros, indígenas, castanheiros, pequenos pescadores e populações ribeirinhas, nunca foram esquecidos por Chico Mendes.
“Por conta de sua luta, algumas terras começam a ser desapropriadas, como o seringal Cachoeira, de propriedade de Darly Alves da Silva. Com isso, agravam-se as ameaças de morte contra Chico Mendes”, relata também a publicação no History Channel.
Na época, mesmo tendo citado o nome de quem os ameaçava à polícia e à imprensa, quase nada foi feito no que diz respeito às ameaças pessoais que Chico sofria.
Chico Mendes foi assassinado com tiros disparados desde o fundo de sua casa, quando saía da residência para tomar banho em uma dependência externa. Só em dezembro de 1990, a Justiça brasileira condenou os fazendeiros Darly Alves da Silva e Darcy Alves Ferreira a 19 anos de prisão pelo crime.
Ainda sobre as ações que marcarão esta data, está a recente sanção da lei que torna Chico Mendes patrono do meio ambiente brasileiro. Sancionada pela presidenta Dilma Rousseff e publicada segunda-feira (16) no Diário Oficial da União, a lei reconhece a luta do seringueiro em favor da categoria e da proteção da floresta amazônica, como informa o portal Terra.
Cartazes e reformas de espaços que levam o nome de Chico Mendes fazem parte destas ações aqui no Acre. Em entrevista à Agência Brasil, seu primo Raimundo Mendes Barros fala um pouco sobre o ativista.
“O Chico era uma pessoa que sabia respeitar todo mundo, sabia se relacionar com todo mundo e sabia construir a amizade e a confiança das pessoas”.
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Seringueiros, indígenas, castanheiros, pequenos pescadores e populações ribeirinhas, nunca foram esquecidos por Chico Mendes

Já a vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, Dercy Teles, primeira mulher a presidir uma entidade sindical trabalhista no Brasil, e que esteve ao lado de Chico Mendes no momento da criação da entidade em Xapuri, afirma.
“Ele era uma pessoa simples, sem ambição, e que tinha como único objetivo defender os interesses daqueles menos favorecidos, tanto em termos de informação como em termos econômicos”.
Ex-seringueiro e companheiro de Chico Mendes na exploração do látex, Luiz Targino relata o descaso com que os seringueiros eram tratados.
“Eles [os proprietários de terra] venderam os seringais [depois da queda do preço da borracha], mas não disseram para os fazendeiros do Sul que tinha gente no seringal. Venderam como se não morasse ninguém, mas em cada seringal daqueles tinha 100 pessoas, 50 famílias. Esse pessoal ia para onde? Eram casados, tinham filhos. Os fazendeiros, quando compraram, não queriam ninguém, eles queriam despejar todo mundo, e daí que foi criado o sindicato e o movimento para empatar e eles não tirarem o pessoal”.
Ainda de acordo com informações da Agência Brasil, Chico deixou três filhos: Ângela, Sandino e Elenira. Dois anos depois do crime, os fazendeiros Darly e Darci Alves foram condenados a 19 anos de prisão como mandante e executor do assassinato, respectivamente. Após cumprirem pena, estão em liberdade; Darly continua morando em Xapuri.
Fonte: contilnet
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