O pastor queniano David Owuor afirmou que o Brasil é o país “número 1 em pecado”, e fez duras críticas às roupas curtas das mulheres e à homossexualidade, num sermão apocalíptico que alertou sobre a volta iminente de Jesus para buscar a igreja.
David esteve no Brasil para uma visita a São Paulo, Rio de Janeiro e Campo Grande (MS), onde ministrou na Conferência de Arrependimento e Santidade e a Preparação para a Vinda do Messias, abrangendo vários temas relacionados com a igreja cristã contemporânea.
Conhecido como “profeta da chuva”, David Owuor é um cientista médico que abandonou a carreira acadêmica para se dedicar-se ao ministério evangelístico. Durante suas pregações ao redor do mundo, ele tem feito críticas sérias e graves ao que chama de “apostasia da igreja”, além de protagonizar cenas de orações por chuva em locais de seca. Num dos vídeos que circulam na internet, o pastor “determina” aos céus que se abra e libere chuva, e logo após o término das orações, uma chuva de mais de uma hora atinge o local.
No sermão em Campo Grande, o “profeta da chuva” disse que as “manchas da igreja” têm influência direta na situação atual da sociedade brasileira: “Escolhi Campo Grande porque Jesus falou comigo. Agora, com a minha chegada, vocês estarão prontos para receber o Messias. Vocês devem sair do pecado e se arrepender para recebê-lo”, afirmou.
Para David Owuor, as igrejas “pararam no tempo” e deixaram a sociedade servir de influência: “Como é possível a Igreja alegrar-se com o mundo, enquanto o relógio já mudou? [...] Ovelhas são ovelhas, e sempre vão obedecer. Como querer repreender o pecado, se você está no pecado?”, disse o pastor, direcionando boa parte de suas críticas aos líderes evangélicos, de acordo com informações do Campo Grande News.
A teologia da prosperidade, amplamente difundida no país através das igrejas neopentecostais, foi alvo de severos apontamentos por parte de David Owuor: “Não existe um contrato entre o senhor Jesus Cristo de que garanta segurança e prosperidade. [O Evangelho] não é dê e receberá em dobro”, afirmou, acrescentando que os “falsos apóstolos” têm pregado a necessidade de enriquecimento para manter os fiéis nessa busca insensata: “São esses que pregam no púlpito e, em seguida, bebem e fumam”, comentou.
Os hábitos ligados ao figurino adotado pelas mulheres também foram alvo do pastor, que adotou postura bastante rígida: “Vim para varrer as minissaias, calças apertadas, mentiras, falsidade, prosperidade, fumo e a bebida. Se esforcem para viver em paz com todos os homens e serem santos [...] Porque ainda temos meninas no culto com saias curtas e calças apertadas, que vão para mostrar a silhueta?”, questionou.
“Quando cheguei ao Brasil e entrei no carro, queria fechar os olhos para não ver. Se você olhar o vestido das mulheres, você verá que o Brasil foi para o inferno”, disse o pastor.
A questão da homossexualidade também foi abordada pelo pastor, que seguiu a linha já pregada por boa parte dos líderes cristãos no Brasil, apesar de usar um tom mais agudo em suas palavras: “No reino de Deus, não haverá cristão moderno”, afirmou, fazendo referência à necessidade de a igreja se manter pregando contra a homossexualidade.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+