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Por pessoa, um quarto das necessidades diárias de um ser humano vai para o lixo |
Por pessoa, a quantidade equivale a um quarto dos componentes energéticos (450 kcal) de que o ser humano precisa diariamente para viver.
“Não há muito nível de consciência, nem sequer nos países mais ricos. Há consciência para produzir mais alimentos mas não para melhorar a tendência de perdas de alimentos, sobretudo em conscientização e educação”, diz José Cuesta, especialista em pobreza no Banco Mundial.
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Alguns projetos buscam conter o desperdício ensinando a inclusão de talos, cascas, folhas e sementes no cardápio |
O resto das perdas de alimentos na região é dividido pelas fases de armazenamento (22% do total), de distribuição e mercado (16%) e de processamento (6%). “O desperdício de alimentos supõe terríveis perdas no investimento em agricultura e nos insumos de energia necessários para produzir comida”, explica Cuesta. “Trata-se de rendimentos que o agricultor latino-americano deixará de receber por um produto que não poderá vender”.
E quanto mais comida as pessoas jogam fora, mais alimentos terão que comprar para suprir necessidades. Isso significa que as famílias utilizarão uma maior proporção de seus rendimentos em comida e menos em atividades como educação ou previdência. “Claramente as perdas alimentícias têm um impacto sobre a pobreza”, afirma Cuesta.
Talos, cascas e sementes
Alguns projetos buscam conter o desperdício, como o Favela Orgânica e o Cozinha Brasil, que ensinam receitas que aproveitam integralmente os alimentos. Um nutricionista, um auxiliar de cozinha e uma unidade móvel foram os ingredientes para que o Serviço Social da Indústria criasse o Cozinha Brasil, serviço itinerante que estimula a inclusão de talos, cascas, folhas e sementes no cardápio.
Outra iniciativa foi criada no Rio de Janeiro pela ex-doméstica Regina Tchelly, do Morro da Babilônia, no Leme: o Favela Orgânica. Com alimentos recolhidos de feiras locais, ela ensina a cozinhar usando somente as partes normalmente descartadas de vegetais e frutas. “O objetivo é unir culinária alternativa a conhecimentos de permacultura, horta caseira e compostagem, aproveitando e devolvendo para terra o que ela nos dá”, diz.
Consumo de insetos podem acabar com a fome
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Insetos são ricos em nutrientes e proteínas |
Dois bilhões de pessoas em culturas tradicionais em regiões da África, Ásia e América Latina já os consomem, mas o potencial é bem maior. Os trilhões de insetos, que se reproduzem sem parar na terra, no ar e na água, “apresentam maiores taxas de crescimento e conversão alimentar alta e um baixo impacto sobre o meio ambiente durante todo o seu ciclo de vida”, segundo a FAO. Cerca de 900 espécies são comestíveis. Ainda de acordo com a FAO, “até 2030, mais de 9 bilhões de pessoas vão precisar ser alimentadas”, num momento em que “a poluição do solo e da água devido à produção intensiva de animais de pastoreio levam a degradação das florestas”.
Fonte: O Dia e Verdade Gospel.