O Instituto de Criminalística da Polícia Civil foi até o local para a análise do corpo do piloto |
Ubiratan esteve no local da queda do monomotor, mas ficou em estado de choque ao ver o corpo do filho em meio às ferragens. Até a noite de ontem, ele permanecia em observação em um hospital particular. Moradores da área rural de São Sebastião foram os primeiros a chegar ao ponto do acidente. A informação inicial dava conta de que havia mais passageiros no monomotor, por isso, o Corpo de Bombeiros mobilizou quatro equipes e um helicóptero. Como se trata de uma colisão envolvendo duas aeronaves classificadas como de “caráter experimental”, proibidas de sobrevoar áreas urbanas, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou que não participa desse tipo de investigação.
A aeronave ficou completamente destruída |
Todo o trabalho para apontar as causas do acidente aéreo ficará sob a responsabilidade da 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião). À frente do inquérito, o chefe da unidade, delegado Érito Cunha, avaliou que, provavelmente, houve imperícia de ambos os pilotos, mas que somente a perícia técnica poderá indicar que tipo de erro determinou a colisão no ar e a queda de uma das aeronaves. “O pai deve ser indiciado por homicídio culposo, mas, certamente, não ficará preso. Nesse caso, nenhuma pena pode ser maior do que a perda de um filho”, afirmou.
Terminal arrendado
Localizado às margens da BR-251, em São Sebastião, o Aeródromo Botelho tem pouco mais de dois anos de funcionamento. É o segundo maior terminal do DF, com 1 mil hectares de área. São 65 hangares, e 105 aeronaves são guardadas ali. A pista do aeroporto privado tem 1.750m, quase o equivalente ao espaço para pousos e decolagens de Congonhas, em São Paulo. Mas o terminal foi construído em uma antiga fazenda, na área rural da cidade, local que deveria ser destinado a atividades agrícolas. A Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) é dona das terras e não sabe como foram negociadas as parcelas hoje ocupadas por hangares. Segundo os proprietários do aeroporto, os lotes são apenas arrendados, e as operações realizadas na pista não são cobradas, seguindo as regras da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para abertura e operação de aeródromos.
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