sábado, 7 de junho de 2014

Bandido planejou sequestro de criança com informações do Facebook

Criminoso se baseou em dados e fotos publicados na
rede social pela família da vítima, um menino de 8 anos
Um homem que admitiu ter sequestrado uma criança no interior de Santa Catarina disse que planejou o crime se baseando em dados expostos pelos pais da vítima no Facebook. Peterson William Machado e sua namorada, Rosicleide Rodrigues, segundo a polícia, acompanharam o dia a dia da família de Angelo Antonio, de 9 anos, pela rede social.
De acordo com os investigadores, o criminoso decidiu sequestrar a criança depois de ver informações nas páginas dos pais da vítima, Laura Bailer e Jean Carlos de Oliveira, que publicavam no Facebook fotos de uma casa na praia, uma motocicleta cara, celulares de última geração, relógios de grife e até do menino brincando com notas de R$ 100. O crime ocorreu na cidade de Ilhotas, na região de Lages.
“Planejei tudo acompanhando o garoto pelo Facebook. Descobri onde ele estudava e o que o pai fazia. Então, decidi sequestrar”, confessou Peterson em entrevistas após a prisão.
O próprio Angelo também tinha um perfil na rede social, com imagens ao lado de modelos famosas e em cima da moto do pai. Em dia 29 de maio, ele foi sequestrado, e os criminosos pediram R$ 600 mil de resgate. Na última terça-feira (3), o garoto foi libertado pela polícia, mas o episódio reacendeu o debate sobre os perigos da exposição na rede.
“O perfil de toda a família passava uma mensagem de ostentação. Em um vídeo ele aparecia brincando de fazer rap com um cordão com cifrão e notas de R$ 100. Nas páginas dos pais, a casa recém-comprada em Balneário Camboriú aparecia frequentemente junto com outros dados que despertaram a atenção dos sequestradores”, afirmou Anselmo Cruz, delegado da Diretoria Estadual de Investigações Criminais de Santa Catarina.
Depois do episódio, apesar das páginas apresentarem conteúdos bloqueados, ainda era possível ver fotos do casal usando um celular caro dentro de casa e almoçando em bons restaurantes. Além da ostentação, as informações sobre locais e rotinas ajudaram os bandidos.
“O Facebook mostra tudo da vida pessoal deles, mostra até o interior da casa”, disse o acusado a jornalistas logo depois de ser preso.
Pesquisa em diversos perfis
A escolha pela família de Angelo não foi imediata. Rosicleide revendia tecidos e negociava com diversos empresários da região, incluindo Laura e Jean, que têm uma empresa de biquínis. Depois de um levantamento nas redes sociais, o garoto de nove anos foi escolhido.
Após três dias de tentativas, Angelo foi sequestrado enquanto voltava para casa, sozinho. O casal de sequestradores disse a ele que participariam de uma brincadeira durante uma semana e que os pais tinham conhecimento. Segundo a polícia, a criança afirmou que sabia que era um sequestro e ficou assustada. Peterson Machado passou a ser monitorado pela polícia até ser encontrado comprando um carro para fugir. O acusado revelou o cativeiro, em uma cidade vizinha, e, durante a ação para libertar a criança, um casal que os ajudou no crime foi morto. Rosicleide foi presa em seguida.
O caso serve como um alerta para os cuidados que se deve ter na internet. Segundo Thiago Tavares, presidente da ONG Safernet, focada em proteção de direitos na internet, a precaução é sempre necessária.
“Ninguém anda em um ônibus com um relógio caro, mas as pessoas postam fotos usando um no Facebook, sem perceber que correm risco até maior. É necessário que se entenda que os cuidados do mundo real devem ser estendidos às redes sociais. Informação que pode ser utilizada contra a pessoa deve ser controlada”.
Em Ilhotas, a repercussão do episódio está sendo usado para mudar os hábitos na internet. ”Fico feliz que, agora, a população esteja alerta sobre os perigos que pode produzir contra si”, diz o delegado.

Fonte: O Globo e Verdade Gospel.
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