Caçadores estariam com armamento poderoso, remanescente de guerra.
Elefantes estão sendo mortos em ao menos 4 países, como Camarões.
Grupos armados da África Central estão usando armas poderosas, algumas possivelmente remanescentes da guerra civil da Líbia, para matar elefantes, denunciou a Organização das Nações Unidas (ONU) no início desta semana.
Em relatório ao Conselho de Segurança, o secretário-geral Ban Ki-moon disse que a caça de elefantes para a extração do marfim causa crescente preocupação, especialmente em Camarões, República Centro-Africana, Chade e Gabão.
Ban disse que o tráfico de marfim pode ser uma importante fonte de financiamento para grupos armados como o Exército de Resistência do Senhor, do fugitivo comandante rebelde Joseph Kony. "Também preocupa que alguns caçadores estejam usando armas cada vez mais sofisticadas e poderosas, algumas das quais, acredita-se, podem ser originárias da Líbia", afirmou o relatório.
Segundo a ONU, mais de 11 mil elefantes foram mortos entre 2004 e 2013 no parque Minkebe, no Gabão, e 86 animais - inclusive 33 fêmeas prenhas - foram abatidos durante uma semana em março no Chade. Em um parque nacional de Camarões, disse o relatório, mais de 300 foram mortos durante dois meses no ano passado.
"A situação ficou tão séria que as autoridades nacionais em alguns países, como Camarões, decidiram usar o Exército, em complemente à aplicação da lei, e ordenar que agências de segurança procurem os caçadores", disse Ban.
Funcionários da ONU dizem que a crescente demanda da Ásia por marfim está ajudando a estimular a caça ilegal de elefantes.