quarta-feira, 22 de maio de 2013

Escândalo na Igreja Quadrangular envolve deputado e pastores


Denúncias de corrupção, trama política, apropriação indébita, dívidas astronômicas. Tudo num ambiente que ninguém jamais imaginaria: uma igreja. Os casos, dignos de intervenção judicial, ocorrem na Igreja do Evangelho Quadrangular do Acre, administrada pelo pastor e deputado Denilson Segóvia (PEN). E é ele mesmo, que a princípio, foi denunciado por perseguir pastores, quem aponta os responsáveis por um rombo financeiro na Igreja que chega a R$ 300 mil. Até boletins de ocorrência foram registrados em delegacias de polícia e as denúncias foram parar no Conselho Nacional da instituição que mandou interventores ao Acre.
A escandalosa história começa com a incompatível e perigosa mistura entre política e religião, quando descontente com o tratamento que vinha recebendo da cúpula da Igreja, o pastor Antônio José, cunhado de Segóvia, decidiu deixar a direção da Igreja Quadrangular da Estação Experimental, após quase 30 anos de trabalho. Uma das maiores da denominação no estado.
De acordo com informações de membros da IEQ, que pediram para não terem seus nomes revelados, Antônio José, que já foi candidato a deputado estadual, sendo inclusive preso, teria intenção de voltar à política e estaria tentando viabilizar seu nome para o pleito de 2014. Porém, encontrou resistência da alta cúpula de obreiros comandados por Segóvia. Sem apoio, pediu pra sair. Mas sua saída provocou um racha na denominação.
Por ser um líder influente, Antônio José foi seguido por líderes de comunidades da Igreja Quadrangular, como a pastora Arlete, do Tucumã; José Luiz, Bairro da Paz; e pastor Góes, IEQ de Sena Madureira.
Para sair, os líderes teriam assinado um documento diante do conselho estadual da instituição informando que estavam se despedindo por livre e espontânea vontade. Ocorre que o que aparentemente foi amigável, mas diante dos membros humildes da Igreja, virou um mundo de guerras e acusações nos bastidores da instituição.
De afamado por bloquear e ofuscar líderes com prestígio, por medo de perder o trono, Denilson Segóvia, passou a usar o ataque como defesa. Na noite desta segunda-feira, na sede da Igreja do Evangelho Quadrangular, antes de uma reunião a portas fechadas com membros do Conselho Nacional da IEQ, na sede da instituição na Rua Isaura Parente, o pastor Segóvia resolveu abrir a caixa preta da Igreja, que contém segredos até então não revelados de uma dívida de quase R$ 300 mil. Um rombo que passa por débitos de conta de energia, desvios de materiais de construção, equipamentos de som e da rede elétrica, e dívidas que levaram o nome da Igreja 36 vezes ao cadastro de inadimplência do Serasa.
Segóvia acusa o grupo dissidente de saquear um dos templos de forma “sorrateira e rasteira”. O templo é o da Estação Experimental, em Rio Branco, na Rua João Câncio, até então comandado por Antônio José. “Autorizei o uso de alguns materiais, de cadeiras. O pastor Antônio José  inclusive me pediu material para cuidar da vida dele, da família dele. No entanto, pessoas ligadas ao grupo, ao redor do grupo fizeram uma verdadeira devassa, um verdadeiro saque. Levaram som, ar-condicionado, fiação. Na Estação Experimental, eles tiraram toda cobertura do estacionamento, telhas, estrutura metálica, enfim. E além de tudo ainda deixaram dívidas: luz, mais de R$4 mil; mais de R$ 5 mil de materiais de construção e também deixaram protestos no Serasa, em nome da Igreja da Estação”.
O pastor e deputado disse que o Conselho Nacional vai entrar com processo judicial contra os responsáveis pelos desvios do patrimônio da Igreja. “O Conselho veio para o Acre a meu pedido para atuar em parceria com o Conselho Estadual nos problemas internos que tem acontecido com a liderança e com alguns pastores, que decidiram deixar o ministério, mas que nessa saída eles utilizaram da força de convencimento, levaram pessoas, levaram rebanho, como também alguns imóveis de propriedade da Igreja do Evangelho Quadrangular do Estado do Acre. Então o Conselho chegou com auditores com advogados para fazer a defesa jurídica da Igreja. A forma como eles estavam saindo não era uma forma ordeira, como manda a Palavra de Deus”, informou.
Pastor Antônio José diz que vai esperar ser notificado 
Ainda na noite desta segunda-feira, o pastor Antônio José foi procurado via telefone por ac24horas. O líder religioso evitou dar detalhes sobre as razões de sua saída (para evitar conflitos familiares, já que ele é cunhado de Segóvia) e disse ainda que tomou conhecimento da intervenção do Conselho Nacional através da reportagem.
O pastor disse que deixou na Quadrangular da Estação um patrimônio de quase R$ 2 milhões. “Sentei tijolo, por tijolo. Foi uma vida dedicada a obra de Deus e eu saí porque achava que era o momento. Tudo que aprendi devo a Quadrangular, mas chegou o momento de sair. E saí sem problemas. Vou esperar ser notificado”, acrescentou Antônio José.
O pastor fundou no estado depois que saiu da Quadrangular a Igreja Apostólica Acreana. 
Com informação jurua online
Fonte: Ac 24 Horas
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