quarta-feira, 11 de junho de 2014

Apesar de ala dissidente, PMDB aprova apoio a Dilma nas eleições

Maioria do partido decidiu reeditar chapa que tem Michel Temer como vice


Durante discursos, peemedebistas
criticaram postura do PT nos estados.
O PMDB decidiu nesta terça-feira (10), em convenção nacional, apoiar a candidatura da presidente Dilma Rousseff na eleição de outubro, reeditando a chapa que tem Michel Temer como vice-presidente da República. Foram 398 votos a favor (59,13%), 275 contrários (40,87%) e 64 votos brancos, nulos e ausentes, segundo a assessoria do PMDB.

Na convenção de 2010, a votação registrou 84,85% de votos favoráveis à escolha de Temer como vice de Dilma; na época, parte do partido cogitava lançar candidaturas próprias, alternativa que obteve 15% dos votos.

Ao discursar após a divulgação do resultado, Temer afirmou que "o placar foi ótimo, na medida certa". "Eu até disse que não há vencedores nem perdedores. O que se tem é uma coisa certa, que nós precisamos trabalhar", afirmou.

Dilma, por sua vez, agradeceu ao PMDB pelo apoio e elogiou o vice pela articulação dentro do partido aliado. O papel do Temer nesse processo foi inestimável. Ele articulou consensos em todas as circunstâncias. Eu acredito que ele sabe aproximar as pessoas, ele sabe unir e desarmar os espíritos", disse a presidente.

Ao comentar sobre os votos contrários à aliança com o PT, Temer ponderou que é normal haver divergência em processos de discussão.

"Vocês sabem que ao longo do tempo nós sempre tivemos democraticamente as mais variadas divergências dentro do partido e sempre obtivemos a unidade. A unidade [está] na ação daquele PMDB que quer trazer o maior número de deputados federais para a Câmara, o maior número de senadores e de governadores", disse.

Temer disse ainda que o PMDB terá uma presença "ativa" em um eventual segundo mandato de Dilma. A falta de participação do partido na tomada de decisão do Executivo é uma das reclamações do setor dissidente da sigla.

"Não seremos apenas aliados, seremos o próprio governo, já que estarei no governo. [...] Temos que continuar reunidos para continuar a fazer o PMDB o maior partido do Brasil", afirmou.

Antes da apuração dos votos, Temer havia dito que, confirmada, a aliança com o PT "abre portas para que um dia o PMDB ocupe todos os espaços políticos desse país para o bem dos brasileiros".

O grupo dissidente alega que o governo Dilma não incluiu o PMDB nas decisões de governo e critica a postura do PT de priorizar candidaturas próprias nos estados, em vez de formar coligações em algumas regiões com candidatos peemedebistas.

Antes apuração dos votos, o presidente interino do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), disse perceber que o partido está "mobilizado e entusiasmado para reeditar a chapa Temer-Dilma".

Raupp apresentou as propostas da sigla para um eventual segundo mandato da presidente, entre elas a reforma política, escola integral até a conclusão do ensino médio, utilização de 10% das receitas correntes brutas da união para a saúde e melhoria na infraestrutura logística para escoar mercadorias.

Dissidência nos estados

Apesar da maior parte dos discursos na convenção ser em favor da aliança com o PT, várias lideranças do partido não deixaram de expressar críticas ao partido da presidente Dilma Rousseff, sobretudo com relação à postura da sigla nas disputas regionais.

"O PMDB mais uma vez conduz a democracia, mas infelizmente o PT no nível regional em diversos estados não tem essa compreensão. Depois de oito anos ocupando espaços no governo Sérgio Cabral, o PT não percebeu, no Rio de Janeiro, a importância da transição que estamos fazendo para a população", disse o prefeito da cidade do Rio, Eduardo Paes (PMDB).

Na última quinta-feira (5), em evento promovido pelo presidente regional do PMDB no Rio de Janeiro, Jorge Picciani, lideranças do partido apoiaram à candidatura de Aécio Neves (PSDB). O candidato tucano, no entanto, não chegou a declarar apoio a Pezão, candidato à reeleição do PMDB para governador do estado.

O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou, em discurso, acreditar que os conflitos entre PT e PMDB nos estados não impedirão a parceria no plano nacional.

"A presidenta Dilma, na última ocasião em que estivemos juntos, teve oportunidade de dizer que o Rio de Janeiro é exemplo de aliança entre o PMDB e o PT. Por isso, estamos aqui para confirmar que estamos juntos e que não serão os percalços regionais que irão atrapalhar essa aliança."

Fonte: Mídia News
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